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 SE NADA MAIS SOUBERES AO MENOS
CONHECE A HISTÓRIA DA TUA TERRA


SAUDADES DA LONJURAS

Que saudades da nossa infância
Descuidada, que era ânsia cerceada,
Por fronteiras definidas
Da vontade desmedida,
Desta condição terrena.
 De nascer em Barbacena,
Dos prolongados passeios.
 Pelos campestres caminhos,
Dos devaneios,
À descoberta dos ninhos,
Do cantar dos grilos,

Nas verdes searas,
Da vozearia constante,
E persistente das cigarras,
Da quietude impressionante,
Das típicas e serenas azinheiras,
Altercada pelo voo da passarada,
Que em revoada,
Esvoaçando em algazarra,
Nas tardes soalheiras,
Do sentir do bafo do suão
Do espojar dos burros,
Gozando o pó do chão,
E que por vezes, são tortos,
E do enxurdeiro dos porcos,
Do pastar sereno,
Das manadas e rebanhos,
Lonjuras, de prazeres tamanhos,
Do coaxar dos sapos e rãs
Das relas, de voz roufenha,
Que dá gosto, ouvir, mais e mais,
Nos charcos das umbrias e bamburrais,
Da luz clara das manhãs,
Que por lá, se apresentam,
Belas, ledas e louçãs,
Agradáveis, prazenteiras,
Das solamas raiando nas soleiras, Amodernando os dias,
É assim, lá pelo Alentejo,
Onde tudo, bate certo,
E onde do longe se faz perto,
Como é nosso desejo.


 22 de Janeiro de 2019



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