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Relação de Barbacena , com a Sétima Arte

RELAÇÃO DE BARBACENA, COM A SÉTIMA ARTE
4A par de algumas récitas de teatro, que os grupos cénicos amadores de Barbacena levavam ao palco, em épocas festivas, era o cinema, ambulante, umas das poucas formas de cultura, de que dispunha a população da Vila, durante a última metade do século passado
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Mantendo a exclusividade de trazer até à velhinha sala de espectáculos (Depósito),ou durante o Verão, no espaçoso “quintalão” do Pátio de Cima, onde posteriormente, foi construído o moderno Multiusos de Barbacena, os variados épicos que ficaram famosos na época, deslocava-se até lá, numa periodicidade regular e semanal, o empresário monfortense, Domingos Maria Peças, conhecido apenas, pelo epiteto de “Banana” A sua Monforte natal, rendeu-lhe a merecida homenagem póstuma, em 2015, e as localidades vizinhas daquela vila alentejana, também, embora não o tenham manifestado, de forma efusiva, muito ficaram a dever, àquele andarilho cinéfilo, que, alguns anos antes, de a televisão ter por lá dado chegada, nos mostrou filmes como “Os Dez Mandamentos” “Espártacus” ( Spartacus) “ Lawrence da Arábia” “O Ladrão de Bagdad” “Ulisses”, e tantos outros, que faziam vibrar de emoção, os isolados e carentes de cultura, habitantes da Vila.
Dias antes, da anunciada exibição de determinada fita, os cartazes em cartolina espessa, onde eram mostradas algumas cenas da próxima projecção, eram colocados em locais estratégicos, em estabelecimentos comerciais, com o intuito de estimular o interesse pela nova sessão; no dia aprazado para a sessão cinematográfica, uma viatura da empresa, percorria as ruas da povoação, fazendo a publicidade costumeira destes espectáculos, que entremeava, com lindas músicas muito em voga, à época. Muitos dos acontecimentos nacionais e internacionais, que o lápis azul da censura deixava divulgar, eram-nos mostrados em agradáveis “documentários” antes do filme principal, ter inicio.
Acontecia com frequência, durante a sessão, e de forma inopinada, a fita feita de acetato de celulose, que rolava entre duas enormes bobines, partir-se, o que suscitava algum burburinho na sala, seguido de algumas palavras menos simpáticas, por parte de alguns espectadores, dirigidas ao empresário Banana, a quem acusavam de suprimir algumas cenas ao filme, para que mais cedo, terminasse a exibição. Testemunhei algumas vezes, que era mera casualidade, o acetato quebrar-se e as culpas recaírem sempre, sobre o educado e calmo empresário Domingos Maria Peças, “Banana” ao qual, as gentes de Barbacena, e não só, ficaram gratas, pelo trabalho meritório que durante décadas, executou, em prol da cultura e do lazer.
Setúbal, 23 de Julho de 2018
Algumas das fotos que ilustram esta publicação, foram por mim partilhadas da página do Sr. Artemiso Peças, filho do saudoso empresário cinematográfico Domingos Maria Peças[1] (Banana), ao qual agradeço e saúdo.
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Saber mais sobre Domingos Maria Peças Aqui

[1] Domingos Maria Peças, de alcunha " Banana", nasceu em Évora a 4 de Maio de 1915 e faleceu em Lisboa a 15 de Fevereiro de 2005.Viveu parte da sua vida em Monforte para onde se mudou no ano de 1931. Durante longos anos dedicou - se ao cinema ambulante sonoro. Em 1962 acabaria por se mudar para Lisboa. Pai de nove filhos, de dois casamentos, por morte da 1ª. mulher com quem casou no ano de 1935.Pessoa muito popular, solidária com o próximo, viveu uma vida difícil pelas dificuldades existentes naquela época. Por iniciativa dos seus filhos e com a colaboração da Câmara Municipal de Monforte, foi-lhe feita merecida homenagem, a título póstumo no dia 16 de Maio de 2015, na vila que o acolheu como seu filho adoptivo e que ele tanto amava.






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