O NATAL DA MINHA TERRA
No tempo da minha infância e adolescência, na Noite de Natal, não se acendia, o “madeiro do Menino”, ou o “cepo do Natal”, como é chamado em algumas localidades, no Largo de Nossa Senhora do Paço, nem noutra praça ou largo da minha terra.
Nos anais da história de Barbacena, Vila do Alto Alentejo, nada consta, sobre tão antigo ritual, tão peculiar noutras terras deste País; só há cerca, de três ou quatro décadas, esse hábito, chegou a Barbacena.
No contexto barbacenense, a noite de Natal era festejada pelos jovens, nas ruas desta Vila Alentejana, com lôas ao Menino Jesus, trovas pela Virgem em parto, e cantigas alusivas à Noite Santa, que se comemora a 24 de Dezembro.
Logo no princípio do mês de Dezembro, as crianças das escolas, eram incentivadas a semear em vasos com terra ou em algodão embebido em água, alguns bagos de trigo, que depois de germinados, recebiam o nome de “searinhas do Menino Jesus”, e eram colocadas junto aos presépios montados nas duas principais igrejas da Vila, e nas escolas também; nas ruas, se cantavam lindas quadras, alusivas ao nascimento do Messias, ao som das ronfenhas “roncas”; essas manifestações melódicas, duravam enquanto não tocasse o sino da igreja matriz, a convidar os fiéis para a Missa do Galo, que ocorria impreterivelmente, à meia-noite.
Também nos lares, enquanto os mais novos, se entretinham a limpar bem os sapatos, que iriam colocar na chaminé, à espera da “generosidade infinita do Redentor” que lhe traria as prendas, os adultos saboreavam a “missa dura”a que modernamente também no Alentejo, se chama “Consoada”, também cantavam em louvor do Messias, ao som das roncas, enquanto degustavam a carne de porco, em forma de enchidos, alguma peça de caça, as filhoses e as azevias de grão-de-bico.
O bacalhau com couve e batatas, não fazia parte da ementa alentejana, naquela noite sagrada; esse menu, em que o fiel amigo (bacalhau) é rei, deve ter tido origem no norte do País, pois eu, só tive disso conhecimento, quando cumpri o serviço militar em África, e como a maioria dos meus camaradas era oriunda do norte de Portugal, para minha grande surpresa, nas noites de Natal, que por lá passámos, foi-nos servido bacalhau com batatas e couve, durante a noite de Consoada.
Tenho em Natais recentes, passados alguns, no Alentejo; é com estranheza, que constato, que naquela noite sagrada, as ruas da minha terra, ficam desertas, pois as famílias reúnem-se à volta da mesa da Consoada, e só um pequeno grupo de jovens, canta lôas ao Menino, enquanto vão deglutindo algumas garrafas de bebidas espirituosas, em volta de um amontoado de lenha que arde, num largo da Vila.
E.... até eu, já tenho por hábito, comer bacalhau na noite de Natal, dando seguimento a uma tradição que herdei na tropa, na qual os meus camaradas, eram na sua grande maioria, homens do norte de Portugal.
Sobre as fogueiras do Natal conta-se na região das Beiras uma lenda que
procura integrar este costume com a história da Natividade.
procura integrar este costume com a história da Natividade.
Eis a lenda:
Naquela noite de 24 Dezembro alguns pastores da região de Belém dirigiam-se para casa, depois de um dia passado a apascentar o gado, quando o anjo da anunciação lhes apareceu. Os pastores quando viram o anjos assustaram-se.
O anjo, porém, disse-lhes:
— Não se assustem, pois eu trago-vos Boas Novas, que são de grande alegria. Hoje na cidade de David nasceu o Messias. Para que o reconheçam procurem por uma criança envolta em panos e deitada numa manjedoura.
O Anjo queria dizer que o menino Jesus encontrava-se num estábulo e os pastores, compreendendo as suas palavras, partiram à procura de um estábulo, por toda a povoação de Belém onde estivesse uma criança recém-nascida.
Encontrado o sítio os pastores reconheceram estarem perante o Messias e Rei do povo judeu, pelo que se ajoelham em devoção. Depois ficaram muito admirados com a pobreza do local e as simples vestes do menino, insuficientes para o proteger do frio. Perante isto trataram logo de arranjar maneira de resolver a situação, ido procurar galhos e acendendo uma fogueira à frente do humilde estábulo para iluminar o local e aquecer o menino Jesus.
De seguida foram espalhar a notícia do nascimento de Cristo pelas povoações vizinhas, estabelecendo postos de vigília e de sinalização com fogueiras para indicar o caminho e para aquecer todos os peregrinos que quisessem ir visitar o menino Jesus.
Assim nasceram as fogueiras de Natal.
Naquela noite de 24 Dezembro alguns pastores da região de Belém dirigiam-se para casa, depois de um dia passado a apascentar o gado, quando o anjo da anunciação lhes apareceu. Os pastores quando viram o anjos assustaram-se.
O anjo, porém, disse-lhes:
— Não se assustem, pois eu trago-vos Boas Novas, que são de grande alegria. Hoje na cidade de David nasceu o Messias. Para que o reconheçam procurem por uma criança envolta em panos e deitada numa manjedoura.
O Anjo queria dizer que o menino Jesus encontrava-se num estábulo e os pastores, compreendendo as suas palavras, partiram à procura de um estábulo, por toda a povoação de Belém onde estivesse uma criança recém-nascida.
Encontrado o sítio os pastores reconheceram estarem perante o Messias e Rei do povo judeu, pelo que se ajoelham em devoção. Depois ficaram muito admirados com a pobreza do local e as simples vestes do menino, insuficientes para o proteger do frio. Perante isto trataram logo de arranjar maneira de resolver a situação, ido procurar galhos e acendendo uma fogueira à frente do humilde estábulo para iluminar o local e aquecer o menino Jesus.
De seguida foram espalhar a notícia do nascimento de Cristo pelas povoações vizinhas, estabelecendo postos de vigília e de sinalização com fogueiras para indicar o caminho e para aquecer todos os peregrinos que quisessem ir visitar o menino Jesus.
Assim nasceram as fogueiras de Natal.
Contos de Natal , na Tradição Ora Portugueses
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