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As Adegas de Outros Tempos

AS ADEGAS DE OUTROS TEMPOS

Não tinham os apetrechos e as condições de salubridade, de que as suas actuais congéneres dispõem; tinham o aspecto e as condições de funcionamento, que se coadunavam, com a época em que laboravam. Os enormes potes ou talhas nelas existentes, traziam-nos a ideia, aquilo que um dia, tínhamos aprendido numa aula de catequese, ou seja o acontecimento bíblico, ocorrido nas bodas de Caná, em que a água contida nas talhas ou ânforas, se transformou em vinho, por obra do divino.
Desde tempos imemoriais, que em Barbacena, assim como inúmeras terras, por esse País fora, se vem fazendo vinho, em pequenas adegas do tipo caseiro, e artesanal, muito embora, seja actualmente, a sua produção, um pouco exígua, o que faz confinar, a sua produção, apenas ao consumo caseiro, dos pequenos vinicultores, ainda existentes na Vila.
Lembrei-me hoje, de escrever sobre estas pequenas fabriquetas de vinho, que em tempos recuados, existiram na Vila, uma delas, aquela que mais atraia, a nossa curiosidade de gaiatos, era a que funcionava ali à Rua Fria, e que era pertença da Casa Maneta. As grandes gigas cheias de maduros cachos de uvas, prontas para serem esmagadas, e os caixotes de engaço, alinhados à porta da casa, onde funcionava a adega, despertavam, a nossa curiosidade. Aquele cheiro activo, exalado da fermentação do mosto, feria a pituitária dos transeuntes que por ali passavam. Toda a produção de vinho obtida daquela adega era garantida pela considerável área plantada de vinha, numa várzea, vizinha da Anta da Coutada, e propriedade também da Casa Maneta.
Também, ali ao Largo do Conde, junto à igreja de Nossa Senhora do Paço, laborava no final do Verão uma outra pequena adega artesanal, propriedade do Sr. Manuel Ramalho, vulgarmente conhecido na terra, por Manuel Remudas, também ele, proprietário de uma dessas adegas.
Actualmente, várias famílias de Barbacena, produzem o apreciado néctar, do qual segundo a mitologia Romana, o filho de Júpiter, Baco, é rei, mas fruto da modernização, de que o sector da enologia, foi alvo, tudo hoje é diferente, para melhor, e certamente que o produto final dos actuais produtores, será de boa qualidade.



Setúbal, 16 de Abril de 2019




















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