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 SE NADA MAIS SOUBERES AO MENOS
CONHECE A HISTÓRIA DA TUA TERRA


Mais-valias Milenares







Mais-valias Milenares

Neste Inverno que nos deixou há dias, e que na sua parte final, nos brindou com chuva abundante e generosa, estando eu de passagem por aquelas bandas, em plena Coutada de Barbacena, quedei-me por ali, e sentado numa rocha granítica, daquelas que abundam por lá e dei por mim, a admirar aquele tão antigo trio, digno da nossa observação. São três elementos, que embora nela inseridos, se destacam da paisagem granítica, que naquela época de Inverno, apresentava um aspecto pouco simpático, pois os sargaços, piornos e giestas, agora com um aspecto tristonho, em conluio com o ´´candeio´´ das azinheiras e sobreiros, parecem conspirar em conjunto, como que a saudar quem por ali passeia, ou pastoreia os seus gados.
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Porque o principal motivo que me levou até ali, àquele ambiente bucólico e rural, era esse, contemplei aquelas três mais-valias da paisagem, que dela são diferentes, devido à sua tão antiga, história. Aquele trio, que por inerência, faz parte daquele ambiente paisagístico, ali na parte noroeste da Vila, são: A Anta de Barbacena, a Ponte Romana, e a Ribeira da Coutada, que, em conjunto, atestam naquele lugar ermo, que há muito… muito tempo, outros povos, outras civilizações, por ali andaram, e deixaram marcas indeléveis, da sua presença, no meio ambiente.

Nos últimos anos, muito se tem falado da Anta da Coutada, mas sempre em prosa; eu pensei como seria, se falasse dela, assim como da Ribeira e da Ponte Romana, mas de outra forma, com versos rimados, e de tanto pensar, saiu-me isto:



Oh ribeira da Coutada,
Que corres em cavalgada,
Porque não vais devagar?
Essa corrida é cegueira,
Não vês, nem olhas para nada,
Pois tu perdeste a estribeira, 
Na pressa de ver o mar?

Nem toda a água que chove
Disso, se pode gabar,
De a uma ponte velhinha,
Com uma história tão rica,
Na charneca tão sozinha,
Um dia, poder passar..!!

Lá do alto, a velha Anta,
Fica para ti, olhando,
Com um enlevo que encanta,
E ouve o teu gemer amigo,
Suspirando e soluçando,
Por não poder ir contigo.!

Esse velho monumento
Que olha para ti, com mágoa,
E te guarda de atalaia,
Não te descura um momento,
Por saber que a tua água,
Vai para a Barragem do Caia..!

Já corri dessa maneira,
Nas asas de uma ilusão
Na loucura de chegar,
Fui deixando pela ladeira,
Pedaços do coração
Sofrendo com a canseira,
Feito louco, sem amar..!!

Ribeira.. Tu estás perdida…
A correr tão velozmente..?
Paraste à beira do mar,
Agora vives aturdida,
E talvez desiludida,
E então queres-me imitar..?

Oh ribeira da Coutada,
São saudades, o que sentes
Por á tua Ponte Romana,
Ou talvez, aos teus nascentes,
Já não poderes regressar…?




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