PASSEIO NOCTURNO À FONTE
É certo, que a maioria das pessoas, que nasceram depois da
revolução, que ocorreu vai para 44 anos, não fazem a mínima ideia, de como era
o dia-a-dia, nas terras pequenas, deste País, e muito concretamente, no
Alentejo, zona geográfica, onde fica localizada Barbacena; para que todo, os
que não viveram essa dura realidade, da vivência dessa época, darei apenas, uma
pequena ideia, de como era o quotidiano, dessa gente trabalhadora: -As
raparigas em idade de namoro, e outras, muito embora já casadas, depois de um
dia de trabalho, durante o qual labutavam 15 ou 16 horas, seguidas, e depois de
uma penosa caminhada, para percorrer as longas distâncias que separavam as
herdades onde trabalhavam, das suas localidades, tinham ainda que abastecer a
casa de água, a qual recolhiam dos fontanários públicos; para muitas dessas
jovens eram essas ´´acarretos de água´´, como eram chamadas, o período e o
pretexto, para verem os seus ´´mais que tudo´´ ou melhor dizendo, os seus
namorados, que por elas esperavam, no caminho da fonte; dedicadas a elas escrevi
estas quadras:
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À noite, a
lua espreita.
É só para
ver um casal
que junto á
fonte, se ajeita.
De cântaro
sobre a rodilha,
Dona de um
certo sorriso,
Lá vai
também, a Maria,
Á fonte da Vila,
perder o Juízo
Oh lua,
esconde essa tua luz,
E esse
brilho, esse luar
Deixa os
jovens namorados
Amar á
vontade, e beijos trocar.
As moças
daquela Vila,
Trabalham
durante o dia,
Mas á noite,
vão á fonte,
Como quem
vai prá romaria.
Estribilho:
De cântaro
sobre a rodilha,
Dona de um
certo sorriso,
Lá vai
também a Maria,
À fonte da
Vila, perder o juízo.
E assim, com
o cântaro já cheio,
E mais um
beijo doce, ali trocado,
Os dois,
pensam, sem receio,
Marcar a
data, do seu noivado!
Setúbal, Quarta-feira, 18.07.2018
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