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O Passado “ à all minute”

O PASSADO À “ALL MINUTE”

36791356_403814620127494_4629884494940209152_nGrande parte das pessoas que fizeram parte destas vivências, que nesta plataforma, pretendo descrever, não são utentes, deste moderno meio de comunicação, com grande pena minha, pois gostaria de interagir com elas, e assim darmos realce ao que quase diariamente, aqui público, tentando assim, trazer de uma forma ou de outra, à actualidade, passagens do quotidiano de um passado, com algumas décadas, vividas na Vila de Barbacena.
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Ocorreu-me hoje, entrar no “Estúdio Varandas” montado num pavilhão (barraca de pano) instalado junto à fonte, na feira de Barbacena, que nesses anos começava impreterivelmente a 8 de Setembro, e terminava a 10 do mesmo mês. Lá dentro, o Sr. Varandas, dono do estúdio e diligente fotógrafo, com a cabeça enfiada numa espécie de saco preto, que sobressaía de uma caixa de madeira, sustentada por um tripé, tentava fazer retratos o mais parecidos possível, com as pessoas, que posavam para ele; devo confessar, que por vezes, não o conseguia.
Os clientes faziam fila, tentando deixar para a posterioridade, uma imagem sua. Demorava algumas horas, a entrega do resultado da sessão fotográfica, porque os chamados negativos, eram mergulhados num líquido fixador, para melhorar a qualidade do produto final. Por vezes, os modelos, tentando minimizar o preço elevado para a época, que o Sr. Varandas inflacionava de ano para ano, juntavam-se em grupos - como alguns do exemplos que junto. Para quem não conheça estas carinhas larócas, aí vão algumas dicas:
18Na primeira foto, em primeiro plano, e agachados, Miguel Sovela (Miguel Caseiro); Manuel Francisco Derreado (Chico Mesquita); António Ferreira e Afonso Barata; de pé e também da esquerda para a direita:
Belchior Caras-Altas; António Fadista Vieira (António Raminho);Carlos Catalão Panaças e Manuel Joaquim Carvalho Catalão.
Na segunda foto, surgem quatro jovens (à época) que são:
Da esquerda para a direita: Francisco Fitas Guerra, Sebastião Panaças, Manuel Eustáquio Guerra, e sentado, Manuel Joaquim Carvalho Catalão.
Na terceira foto, sou eu, e o meu mano Sebastião José. Na quarta apareço eu, com estilo de forcado amador. Por último, temos o meu irmão, a minha prima Maria José Catalão Gaôcho e eu. O pequenino, de vestido branco, é o malogrado meu primo, Manuel João Catalão Gaôcho.
Havia nesse ano (1962), quem dissesse, que os modelos representados nestas chapas estavam mesmo parecidos, com as pessoas fotografadas. Este tipo de fotografia denomina-se “All Minute” [1], era naqueles anos, o último grito, da invenção do francês Joseph Niepce.
Espero que gostem, desta memória, tanto, como eu gostei de a redigir.

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Carlos Catalão Panaças
Setúbal,  07 de Julho de 2018

[1] O fotógrafo lambe-lambe (português brasileiro) ou fotógrafo à la minuta (português europeu), é um fotógrafo ambulante que exerce a sua atividade nos espaços públicos como jardins, praças, feiras. Presente a partir do século XIX nos espaços públicos, teve um papel importante na popularização da fotografia. Existem diferentes explicações para a origem do termo. A mais comum, é a de que sa lambia a placa de vidro para saber qual era o lado da emulsão ou se lambia a chapa para fixá-la. Os fotógrafos ambulantes surgiram nas primeiras décadas do século XX, trabalhando em praças e parques. Eram quase sempre procurados para registrarem momentos especiais, familiares ou para tirar retratos para documentos do tipo 3x4. O equipamento fotográfico, conhecido como máquina-caixote, é revestido com couro cru, madeira ou metal e coberto na parte posterior com uma espécie de saco negro, com três aberturas: dois orifícios para os braços e um para enfiar a cabeça na hora de bater e revelar as fotografias. Além de ser utilizada para o registro fotográfico, também servia para mostruário, com as laterais cobertas de fotos. Para se obter uma fotografia convencional são essenciais o processo de revelação, fixação e lavagem. A revelação ocorre quando a película é submetida à solução alcalina capaz de transformar os sais de prata sensibilizados pela luz em prata metálica. A fixação ocorre quando a película revelada é submetida a uma solução ácida de tiossulfato de sódio, agente que em contato com um sal de prata tende a formar um tiossulfato de prata, decompondo-se rapidamente em sulfeto de prata e ácido sulfúrico. Sem a fixação a vida útil de uma fotografia fica reduzida a poucos minutos. Os tiossulfatos complexos de prata têm sabor doce; o tiossulfato de sódio é amargo; o tiossulfato de prata tem sabor metálico desagradável. A fixação consiste na formação de complexos de tiossulfato solúveis, que serão eliminados durante a lavagem da fotografia. Se a fixação tiver sido completa, os sais doces solúveis serão eliminados facilmente na lavagem. Esse processo tornará o tempo de vida útil da fotografia indeterminado. Caso contrário, os sais amargos insolúveis bem como os de sabor metálico não poderão ser eliminados. Neste caso, a vida da fotografia estará seriamente comprometida. As circunstâncias exigiam tempo mínimo de lavagem e mínima quantidade de água. Portanto, para garantir a qualidade do trabalho, eles tocavam a língua nas fotos durante a lavagem para avaliar a qualidade da fixação e da própria lavagem. Os clientes e passantes que viam aquela cena não podiam entender por que aquele homem a cada instante "lambia" as fotografias"
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