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 SE NADA MAIS SOUBERES AO MENOS
CONHECE A HISTÓRIA DA TUA TERRA


Miradoiro Privilegiado


MIRADOIRO PRIVILEGIADO

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Lá de cima, do tão antigo castelo,
Vejo tudo, o que a antiga Vila, ostenta
De lá se vislumbra um cenário belo
Todas as ruas, que são quarenta
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Lobriga-se a Vila, de brancura alva
e na paisagem, plana, campestre,
Surge o Palacete de Font´Alva,
Quadro sublime, digno de um mestre

Da torre mais alta, da ancestral fortaleza
Vejo o Campo Santo, e vejo a Botaia
Fico surpreso, com a calma beleza
Que pelo campo, serena, se espraia

De lá, vê-se a Praça, a do Pelourinho,
Mira-se a igreja, a nossa, a Matriz
Sacio o olhar, que bem de mansinho,
Me extasia, e me torna, ledo, feliz

Ainda na Praça, a ex-Casa do Povo
Velhinha, e terna ´´asa de protecção´´
Nota-se ao longe, o tanque o novo
Que quão prestimoso foi, à população

De lá, domina-se toda a Coutada
Bem como a Senhora do Paço,
E até a escola, agora cercada,
Parece querer, dar-me um abraço.

Para lá dos Penêdos, que daqui revejo,
Campos verdejantes, floridos estão,
Matiz tão genuína, cá do Alentejo
Que daqui, alcanço, até ao Torrão

De tudo o que vi sugere uma trova
A urbe é linda, limpa, escorreita
Nela se destacam, tanto a Rua Nova
Ou mesmo, ela, sim; a Rua Direita

E tu, meu castelo, que das tuas torres,
Me deste o prazer de a Vila mirar,
Fico triste por ver que exangue, morres
Sem haver, quem te venha ajudar.

Àqueles que louvam as suas terras natais,
Escrevendo, e cantando, com amor constante
Tendes aqui, em pobres rimas, simples banais,
O afecto pelo berço, de quem está distante.


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Setúbal,  08 de Junho de 2018
Imagens : Terceira Dimensão (1)
Bia Maria Fróis (3)
Carlos Catalão Panaças (3)

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