A RAINHA DO MONTADO
Este belo exemplar da “rainha do montado” ou seja de azinheira, tem sido por mim, admirada e fotografada, visto se situar á beira do caminho, por onde eu, diariamente passo, em caminhadas, pelo campo, quando vou de fugida, até às “terras do suão”tentando restabelecer laços, que em tempos idos, tive com o doce remanso e o sossego dos campos, onde a linha do horizonte fica mais longe, e de cujos cenários, por contingências várias, eu desde há tantos anos, tenho andado arredado.
Tirei um retrato a esta bela azinheira, há cerca de dois anos, e agora, há cerca de um mês, tirei-lhe outro; ao fim de dois anos, já limpa, (podada) aparentemente sem a mesma pujança, sem o mesmo vigor e robustez, que demonstrava há dois anos, isto só temporàriamente, pois a limpeza de que foi alvo, só lhe dará saúde, e anos de vida; no entanto, ao vê-la agora, defraudada das suas ramagens, pareceu-me fragilizada, tive dela compaixão, o que me levou a escrever isto, em verso:
Oh azinheira frondosa
És do Homem, companheira..!!
Dás-lhe a sombra que o refresca
O fruto, a lenha, a madeira..!!
És do Homem, companheira..!!
Dás-lhe a sombra que o refresca
O fruto, a lenha, a madeira..!!
Já foste ícone de canção,
E pelo Mundo cantada,
Em louvor à revolução,
Em Abril, tão propalada,
À tua sombra, no Verão..!!
E pelo Mundo cantada,
Em louvor à revolução,
Em Abril, tão propalada,
À tua sombra, no Verão..!!
Tão limpinha, tão podada,
Perdeste os ramos, coitada...
Fogem de ti, os passarinhos..!!
E mesmo em noites suaves,
Não podes abrigar as aves,
Nem podes embalar os ninhos..!!
Perdeste os ramos, coitada...
Fogem de ti, os passarinhos..!!
E mesmo em noites suaves,
Não podes abrigar as aves,
Nem podes embalar os ninhos..!!
Voltarás a ser, altaneira,
Com tuas grossas pernadas,
Disso, estou certo, eu, sei..!!
Minha velhinha azinheira,
E eu, grato te saudarei..!
Nas matinais caminhadas..!!
Com tuas grossas pernadas,
Disso, estou certo, eu, sei..!!
Minha velhinha azinheira,
E eu, grato te saudarei..!
Nas matinais caminhadas..!!
Voltarás a dar bolota,
Que engordará o cevado,
E eu, te olharei enlevado,
Por estares, já tão janota
Aqui, no meio do montado.!!
Carlos Catalão Panaças
Que engordará o cevado,
E eu, te olharei enlevado,
Por estares, já tão janota
Aqui, no meio do montado.!!
Carlos Catalão Panaças
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