CONTRADANÇAS
Estou consciente, de que poucas pessoas, aqui no facebook,
delas se lembrarão; no entanto, este tipo de dança fez parte integrante, da
etnografia, desta região do Alentejo, a que Barbacena pertence.
Logo que se dava início à época carnavalesca, o que acontecia, volvida que era,
a festa de S.Sebastião, não havia fim-de-semana, que ocorresse durante esse período
de tempo, que terminava na Quarta-Feira de Cinzas, que não saíssem à rua as tão
características, "contradanças", tão apreciadas, pela população da Vila.
Era um tipo de dança, executada, por gente jovem, devidamente ensaiada e
treinada por pessoas, que eram fiéis portadoras, de uma tradição, que lhes fora
legada, por aqueles que os antecederam.
Muito diferente das tradicionais danças de salão, era todavia, também ela, uma
dança exigente, no aspecto relacionado, com a expressão corporal, dos seus executantes.
No centro do recinto, onde decorria a dança, era montado um mastro móvel, em
cujo varal central, estavam fixadas cerca de vinte faixas de tecido, de cores garridas
e variadas, que individualmente eram seguras nas suas pontas, por cada um dos
elementos dançarinos, vestidos a rigor, com vistosas vestes alusivas, à época
brincalhona que se vivia.
Sem querer ter a veleidade, de me querer arvorar, em técnico de um tema que não
domino, tenho porém a certeza, que a execução da complicada dança, exigia
redobrada atenção por parte dos bailadores, os quais, tinham que em simultâneo
com os passos de dança, percorrer um determinado traçado do percurso, em
circulo, e em zig-zag, de forma a deixar no topo, do varal mestro do mastro, um
vistoso entrançado multicolor, digno de ser visto, pelas centenas de pessoas,
que em circulo, e em pé, assistiam, ao colorido espectáculo de dança, diferente
de todos os outros.
Seria fastidioso, enumerar aqui, os nomes dos executantes, dos quais me lembro,
de pertencerem ao grupo que anualmente dançavam as contradanças, muitos dos
quais, já partiram para a viagem sem regresso, mas será da mais elementar
justiça, trazer aqui à memória, os nomes dos coordenadores e ensaiadores, que
nesses anos, assumiam a direcção do espectáculo de dança de rua, a que o povo,
na sua infinita sabedoria, chamava, ´´contradanças´´, dos que me lembro, foram
Joaquim Carujo (Caixeiro) e Manuel Aldeias Ovos (Rititi)
Barbacena, 02 de Fevereiro de 2019
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