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 SE NADA MAIS SOUBERES AO MENOS
CONHECE A HISTÓRIA DA TUA TERRA


Uma Alentejana , Roliça , Doce e Gostosa

Uma  Alentejana , Roliça , Doce  e Gostosa


Dá gosto vê-las, roliças, viçosas, luzidias, já com os tons acastanhados, dando-nos a entender que o seu estado de maturação, está quase concluído, e que daqui por escassos dias, quando o vento aumentar mais um pouco a sua velocidade nos dias do fim do Outono, na sua função de fazer agitar e sacudir, as copas das generosas azinheiras, lá pelos extensos montados, elas as bolotas, se separarão dos ásperos "cascabulhos 1" que lhes serviram de cordão umbilical, durante a gestação, no decorrer do quente Verão, e que durante esse tempo, as ligou às progenitoras; depois, cairão desamparadas no solo, e se não forem recolhidas por algum humano, ou comidas por algum animal, germinarão, dando origem a novos chaparros, que formarão uma mata densa, se não forem desbastados.


Já por lá não se vêem, agora, as numerosas varas de porcos, que em marcha acelerada, percorriam diariamente, as extensas herdades, através dos pródigos montados, buscando as árvores, que geravam os frutos mais doces e saborosos; era impressionante, a capacidade de orientação, e o instinto, daqueles animais, que impreterivelmente, ao fim do dia, já refastelados, procuravam as ``malhadas´´ para descansarem durante a noite.

Parente próxima da nossa bem conhecida, e saborosa castanha, que se dá bem nos também generosos soutos do norte do nosso País, entra a nossa alentejana bolota, embora muito timidamente, na alimentação dos humanos, pelo Alentejo, quer assada, cozida ou até reduzida a farinha, e utilizada na área da pastelaria; tem sido também este fruto, que amadurece pelo Outono, lá pelas terras do Sul, utilizada na confecção de pratos muito apreciados, por quem os prova.
Eu, talvez por a considerar um símbolo, um ex-libris do extenso Alentejo, dediquei-lhe estes versos:


Minha "bolêta"madura
Fico feliz, por te ver
Gosto da tua doçura
Degustar-te, é um prazer

Tens uma prima chegada
Que já tem fama, tamanha,
É-nos servida, assada.
Todos lhe chamam castanha

Mas tu, minha campesina
Não entendas por chacota,
Ainda te acho, mais fina,
Deixa-me, chamar-te bolota.

Há quem te chame "bolêta"
Lá, no nosso, dialecto local
Oh minha doce fruta dilecta,
És filha, daquele vasto azinhal




( 1 - Casca das pevidesdas castanhasda bolotaetc.

"cascabulho", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://dicionario.priberam.org/cascabulho [consultado em 07-11-2019].




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